4 de abr. de 2013

Um novo líder para uma nova América Latina?

Nos últimos anos após sua saída da presidência da república, o presidente Lula iniciou uma serie de viagens internacionais com um grande foco nos países da América Latina e África. Em pouco tempo Lula passou a representar um modelo de "esquerda elegível".

Esse modelo de "esquerda elegível" passou a ser tido por outros lideres nacionais latino-americanos como um modelo de esquerda mais palatável vide uma perspectiva unanime entre os partidos de esquerda em adotarem uma natureza de partidos de massa. 

As classes subalternas, as massas, tendem historicamente a adotarem posições conservadoras. Ao longo do percurso histórico da América Latina não podemos esquecer-nos do caráter profundamente elitista na fundação dos estados nacionais, e do profundo trauma nacional ocorrido no período pós-ditaduras. A soma dos fatores acima fez que com que o discurso das esquerdas, em sua maioria advindas de uma tradição política marxista-leninista e ou marxista, fosse profundamente rejeitado e bombardeado como um discurso pró-ditadura pelas elites e seu monopólio dos meios de comunicação.

A eleição do presidente Lula em 2002 se deu através de um processo de desconstrução da imagem do PT como um partido de perspectiva autoritária e da construção da imagem de uma esquerda conciliatória aberta a concessões políticas em prol da governabilidade de um projeto social-desenvolvimentista. Após a reeleição do presidente Lula em 2006 e da crescente importância do Brasil em nível internacional fez com que esse modelo de esquerda fosse evocado por líderes e candidatos como um modelo que adotariam, como uma estratégia de conquista das classes subalternas e de parcelas das elites.

Esse novo modelo de esquerda cumpriu seu papel de romper com estigma de que os partidos de esquerda são incapazes de chegar ao poder por vias democráticas, embora as devidas críticas, e autocriticas, devam ser feitas. Este novo modelo de esquerda conciliatória tem como principal caráter a ser criticado sua, até agora, incapacidade de aprofundar um processo revolucionário com vias ao fim da democracia liberal e a ascensão de uma democracia socialista.

O mérito maior da ascensão do presidente Lula como nova figura da esquerda latino-americana é do fortalecimento de um modelo de esquerda democrática, embora a crítica deva ser feita, pois uma sem uma radicalização da democracia, uma democracia socialista não nascerá na América Latina.