Ainda
continuando nos temas que foram “despertos” devido à ocupação da reitoria da USP
e à reintegração de posse efetuada pela PM, só direi algumas palavras sobre o porquê
não deve por polícia para realizar a segurança de universidades públicas.
Não
se deve entregar à PM a responsabilidade de fazer a segurança internar dos
campi universitários pelo mesmo motivo que não se deve entregar ao exercito a
responsabilidade pela segurança pública.
O
exercício é treinado para enfrentar o inimigo externo sem medir esforços em seu
uso da violência para neutralizar a ameaça, ao inimigo externo não é conferida
a condição de ser humano detentor de direitos e, portanto a morte ou
aniquilação do mesmo não representa uma quebra do direito máximo que nos damos
de defender a vida humana.
No
Brasil a polícia militar é treinada para fazer uso do monopólio da violência conferido
ao estudo como método de instaurar a ordem através da repressão. Não está entre
o modus operandi da PM o dialogo com
aqueles que violem a ordem estatal. Essa perspectiva aliada à natureza antidemocrática
das instituições políticas das universidades brasileiras e em alguns casos do próprio
movimento estudantil constitui um ambiente de barril de pólvora onde essas duas
instâncias se encontram.
Se
o debate acerca da segurança nos campi das universidades brasileiras continuar
a ser justificado pela máxima de que os fins justificam os meios então é melhor
desistirmos da democracia e voltarmos à ditadura.
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