Findadas as eleições ocorre um fenômeno
característico daquilo que Gramsci chama de “pequena política” ou “política de
corredores, de intriga” e que eu particularmente gosto de chamar de postura demagógica
pós-eleitoral.
A postura demagógica pós-eleitoral
fica mais explicita nos políticos que saem derrotados nas urnas, muitos destes
ao decorrer, ou mesmo antes, do processo eleitoral ao se consideraram
superiores ao partido e à própria militância acreditam que apenas o seu nome é
suficiente para que sejam eleitos. Esquecem-se, esses políticos, de que num
partido como o PT a primeira medida de um candidato que se pretende ser eleito
em um cargo majoritário e a conquista da própria militância do partido. Estes
mesmo políticos acreditam que apenas a força de gordas verbas de campanha e de
nomes aparentemente “fortes” podem ser suficientes para elegê-lo, e ao não
terem sucesso no pleito eleitoral terminam por insistir em críticas, estas nas
muitas vezes as mesmas ao qual usaram como argumento para sustentar suas
candidaturas ante uma visão majoritariamente contraria à mesma por parte da
militância, contra aliados internos e externos criando, ou agravando, situações
e/ou conjunturas que poderiam ser destencionadas e/ou evitadas.
Chamo estas críticas de
demagógicas, pois as mesmas quase magicamente são convertidas em afagos e
elogios ao menor tintilar de moedas. E aqui se encontra o caráter nocivo de
tais quais críticas, pois elas geralmente são advindas de uma prática política pragmática
e utilitarista, pois são críticas completamente desconexas da realidade da
conjuntura política ao qual os candidatos estão inseridos, e esses políticos
tem consciência dessa desconexão, e fazem essas críticas para não assumirem que
suas decisões, em muitas vezes “caciquistas”, foram as responsáveis pela
derrota no pleito eleitoral. Quando da consciência e da conquistas da
militância para um projeto político-eleitoral a derrota, quando vem, se deve a
fatores externos além da capacidade dos candidatos. Quem podem ser desde uma
real conquista do eleitorado pelo adversário do pleito, até a práticas
eleitorais viciosas e venenosas como a compra de votos.
A postura demagógica
pós-eleitoral é um vicio recorrente a lideranças desgastadas e temerosas da
renovação partidária.
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