29 de jan. de 2013

No PT, Zé de Abreu migra do palco para a política



DIRETO DE BRASIL247 - Com mais de 72 mil seguidores no Twitter, o ator José de Abreu é hoje um dos principais militantes políticos brasileiros. Incansável, ele divide o tempo em atuação no teatro e nas novelas, como em Avenida Brasil, com sua tribuna nas redes sociais, que é, inegavelmente, uma das mais influentes do País. Agora, ele está prestes a se reinventar mais uma vez. Quinze dias atrás, numa conversa com o ex-presidente Lula, o ator global decidiu se filiar ao PT e irá concorrer ao cargo de deputado federal, em 2014. "Chegou a hora de uma ação política direta", disse ao 247.
Suas primeiras missões já começam a ser desenhadas. Abreu será o âncora dos programas do PT no Rio de Janeiro e deverá iniciar uma caravana pelo interior do estado, acompanhado do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Inspirado nas caravanas da cidadania de Lula, Lindbergh promete visitar todos os municípios do Rio, para tentar quebrar a hegemonia do PMDB e se eleger governador em 2014.
Zé de Abreu, no entanto, tem uma agenda própria. "Nos últimos anos, o PT se distraiu em relação aos artistas e intelectuais", afirma.  "É preciso reconstruir essa ponte". Ele recorda que, em 1989, praticamente todos os artistas da Globo aderiram ao "Lula-lá". Hoje, diante do massacre midiático decorrente do mensalão, mesmo os que ainda se identificam com o PT, se escondem.
Nas redes sociais, o ator percebe um movimento em gestação. "Há espaço para uma nova agenda, muitos estão descontentes com o discurso único". Nos grandes jornais, por exemplo, José de Abreu nota que todos os colunistas, de uma forma ou de outra, são ligados ao Instituto Millenium, que abraça nomes  como Merval Pereira, Marco Antonio Villa, Guilherme Fiúza e Carlos Alberto Sardenberg, entre tantos outros. "Enquanto a esquerda se distraiu, a direita se organizou", afirma Zé de Abreu. "E o resultado foi uma guinada conservadora no pensamento do País".
Em relação à Globo, Abreu já fez uma consulta para manter seu contrato, mas numa espécie de licença não remunerada, podendo voltar ao Projac depois de exercer um eventual mandato ou de, simplesmente, concorrer. "Difícil vai ser me acostumar com o terno", afirma. "Mas eu gosto muito da agitação de Brasília".

Nota de Pela Práxis
Uma excelente notícia, nas ultimas eleições Zé de Abreu se tornou no artista mais combativo e contestador no campo da esquerda. Sua filiação ao PT mostra que o partido ainda tem poder de conquistar os chamados artistas e intelectuais de esquerda. E esse poder deve ser continuamente analisado como estratégico. 
Se o PT se pretende um partido socialista de massas ele deve saber organizar os trabalhadores dentro de um projeto político que defenda a verdadeira democracia, o comunismo, e deve também saber conquistar esses quadros "advindos" das classes hegemônicas para que junto com os intelectuais orgânicos das classes trabalhadoras possa ser gestado um projeto de luta que possa ir de encontro com o consenso em torno do capitalismo como único ethos possível para a especie humana.

27 de jan. de 2013

Redução da energia elétrica e as eleições de 2014



Poucos podem ter entendido a real importância do pronunciamento da presidenta Dilma no último dia 23, para aqueles mais atentos com o desenrolar do jogo político pós-eleições municipais ficou explicito os atores que estão se preparando para disputar a eleição presidencial. Aécio Neves, Marina Silva são os dois atores que sempre são lembrados entre os fortes candidatos ao pleito nacional, mas que ainda não lançaram agendas para a disputa eleitoral.

Quando a presidenta não só antecipa o anuncio da redução, mas aumenta os percentuais ela está se antecipando tanto em relação à oposição quanto em relação à mídia está aos poucos construindo uma agenda de discussão eleitoral que esteja dentro de sua zona de conforto. Quem pensa que a presidenta vai se limitar a possuir a redução da energia como única bandeira eleitoral não entende de política. O próximo “alvo” da presidenta será, o tão propagandeado pela mídia oportunista que vê em Eduardo Campos uma nova Marina Silva, pacto federativo.

Resolver o pacto federativo colocaria a presidenta Dilma na posição de não apenas a primeira presidente do Brasil, mas também a posição de presidente que melhor e mais discutiu e resolveu problemas estruturais do estado brasileiro. Se o governo Lula foi um governo da política, o governo Dilma está sendo um governo da estrutura. O estilo “gerencial/gestor” de Dilma está enfim se propondo a efetivamente pensar soluções para problemas estruturais que se arrastam no país desde a redemocratização.


A reeleição da presidenta é continuidade de um projeto político que se iniciou em 2002 com eleição do presidente Lula e que agora se qualifica. A eleição do presidente Lula quebrou barreiras: a primeira delas política rompendo com um histórico de governos iminentemente elitistas, a segunda simbólica quando enfim a classe trabalhadora pode chegar à presidência do país e a terceira e ultima cultural ao elevar o Brasil internamente e externamente (mesmo a elite reacionária brasileira expondo no horário nobre todos os dias o contrario) ao papel que sempre lhe foi de direito, um país aberto, ativo, e amigos para com seus irmãos. Mas a eleição da presidenta Dilma vai além com um novo modo de fazer política que nos devemos defender e nos unir na luta.