20 de fev. de 2013

Não são os EUA que financiam Yoani; é Cuba e a esquerda arcaica


Direto de Socialista Morena, por Cynara Menezes
Tão risível quanto achar que aqueles meninos militantes de movimento estudantil que fizeram protestos são “orquestrados por Cuba”, como perpetraram alguns jornalistas brasileiros, é achar que é culpa dos Estados Unidos que Yoani Sánchez, uma mera blogueira, tenha se tornado a principal voz da oposição ao regime dos Castro. Sorry, mas a história não é bem essa.
Imaginem se eu, aqui no meu blog, começasse a falar mal do Brasil (como, felizmente, estamos livres para fazer em nosso país). Que não existe liberdade de expressão, que a internet é lenta, que as pessoas não podem protestar na rua livremente, que as condições de vida no país são precárias, coisas do tipo. Daí o governo Dilma Rousseff começa a me perseguir. Vigia meus passos e me impede de sair do país, por exemplo, o que passo a denunciar com frequência. O que aconteceria? Obviamente eu, uma simples blogueirinha, me tornaria cada vez mais conhecida. Viraria a vítima do governo de esquerda mau.
Agora imaginem se em Cuba, como em qualquer país comunista desde a revolução de 1917 na Rússia, não fosse proibido divergir, este erro crasso da esquerda mundial. Se em Cuba qualquer pessoa pudesse abrir um blog ou fazer um jornal alternativo e criticar o governo, porque sim. Porque acha ruim a forma como se “elege” o presidente ou porque acha que o governo deveria dar menos açúcar e mais arroz na provisão que os habitantes do país recebem. Ou, sei lá, simplesmente porque pensa “hay gobierno, soy contra”. Yoani Sánchez seria a blogueira mais famosa de Cuba ou apenas uma a mais?
E se o governo cubano tivesse deixado Yoani viajar na primeira de suas 20 tentativas? Será que se falaria tanto dela fora da ilha? Será que conseguiria tantos adeptos à sua causa ao redor do mundo? Quantos ecoaram sua voz de protesto contra a “prisão” em que vivia? Qual foi o raio de alcance de seu pedido de resgate? Através da internet, como milhões de mensagens atiradas ao mar em garrafas virtuais, enquanto Yoani permanecia em Cuba, sua queixa chegava a toda parte. Injustiças costumam atrair a solidariedade de muitos. E era uma injustiça que não a deixassem exercer seu sagrado direito de ir e vir. Ou não?
Na noite de segunda-feira 18, em Feira de Santana, na Bahia, cerca de 100 pessoas se reuniam para assistir a um documentário sobre a blogueira cubana quando a sala onde seria exibido o filme foi invadida por militantes de esquerda histéricos, que acabaram por encurralar a moça numa sala durante 40 minutos aos gritos de “traidora!”. O senador Eduardo Suplicy teve que interceder energicamente para acalmar a turba furiosa e permitir que Yoani Sánchez pudesse falar com a plateia. De forma educada, sem alterar o tom de voz, ela respondeu a todas as perguntas que lhe foram feitas, inclusive pelos manifestantes contrários à sua presença no Brasil. Quem se saiu bem desse episódio?
Graças à superexposição na mídia que o protesto desrespeitoso e intolerante rendeu, na noite seguinte, em vez dos gatos pingados da véspera, quase 2 mil pessoas lotaram um auditório para escutar Yoani. Gente que mal compreendia o espanhol falado pela jornalista, mas que aplaudia entusiasticamente cada frase que ela pronunciava. Os estudantes mudaram seu comportamento e dedicaram-se a se inscrever para um misto de pergunta/discurso pró-Cuba no debate, mas era tarde: a antipatia que geraram com a manifestação se fez notar. As pessoas que foram ouvir a cubana vaiavam em coro os mesmos que a tinham vaiado antes. Um rapaz foi brindado com um urro de “palhaço! palhaço! palhaço!” uníssono no salão.
Será que se tivessem feito uma manifestação educada e deixado Yoani Sánchez expor seu pensamento de forma democrática, os militantes juvenis teriam atraído tamanha atenção dos habitantes de Feira de Santana para uma blogueira cubana? Mas e a mídia, vocês me perguntarão, também não teve o seu papel, insuflando Yoani, dando-lhe espaço e colunas em jornais? Ora, o que vocês esperam da “mídia burguesa”? Que ela dê espaço a revolucionários de esquerda favoráveis ao socialismo? Obviamente a imprensa adorou a confusão toda, perfeita para pespegar o rótulo de trogloditas antidemocráticos que tanto adora carimbar na esquerda –neste caso, com sua própria ajuda.
É cômodo acreditar que Yoani ataca Cuba porque é financiada pelos Estados Unidos e não porque tem críticas reais ao regime. Pode ser que ela receba mesmo dinheiro norte-americano, quem sabe? Mas quem a financia de fato é Cuba e a esquerda arcaica que ainda não perceberam, 22 anos após o fim da União Soviética, que cercear a liberdade de expressão de quem quer que seja é sua pior anti-propaganda.


Nota de Pela Práxis: A Melhor análise do ocorrido escrita até agora na blogosfera brasileira. Concordo em número, gênero e grau. Nos, a esquerda, somos, e temos sidos, os nosso maiores inimigos.

4 de fev. de 2013

A oposição e seus lideres falidos


           Duas das maiores tarefas para qualquer partido é gerar lideres, e renovar seus quadros. Aliar esses dois processos é de crucial importância para que um partido não perca a capacidade de renovar seu discurso, sem esquecer-se de suas bandeiras, na medida em que a população renova suas demandas políticas, sociais e econômicos.
            O PT mesmo com todos os seus defeitos, soube, com a liderança do Presidente Lula, renovar seus quadros de uma forma não convencional. Uma das características mais nocivas da política é o apego e o desejo à perpetuação do poder. Hoje no Brasil nos podemos encontrar deputados e senadores que estão no poder desde os tempos da ditadura, e muitos destes tolhem dentro de seus próprios partidos quaisquer avanços de novos quadros, potenciais lideranças, que com um novo discurso e novas práticas podem suplantar por vez seus lugares, e nenhum partido está isento desse tipo de prática.
            O presidente Lula ao lançar a companheira Dilma Rousseff à corrida presidencial em 2010 soube antever essas dificuldades e soube analisar que muitos dos quadros consagrados da política brasileira se encontram hoje falidos no discurso e no projeto. Muitos falaram em 2010 que a Dilma seria apenas um poste, aqueles que puderam assistir com atenção o discurso em cadeia nacional de radio e televisão no ultimo dia 23 de janeiro vão perceber que a Dilma que concorreu à presidência em 2010 já não existe mais. A Dilma de hoje é um política da grande política, e quando preciso da pequena política, mas mais do que isso hoje ela é uma líder. Liderança que foi formada por vias não tradicionais devido ao processo de apego ao poder que existe nas figuras clássicas da política brasileira. Nesta área o PT tomou uma decisão ousada e pioneira ao limitar o numero de candidaturas que seus quadros podem assumir.
            Nestes 10 anos de governo petista a oposição parece nada ter aprendido, ao pré-lançar a candidatura de Aécio Neves, um senado apático e sem grandes projetos, com uma equipe composta majoritariamente pelos velhos assessores de FHC o PSDB está juntando o velho ao paleolítico. Está incapacidade em avaliar que existem problemas estruturais nos partidos levará a oposição a mais um fracasso eleitoral, a não existência de uma oposição é revés para a republica brasileira, e por mais que ela, a oposição, e a grande mídia digam o contrario a culpa é única e exclusivamente dele próprios. 

2 de fev. de 2013

A História Não Contada dos Estados Unidos


Em seu novo trabalho, agora na televisão, Oliver Stone se propõem a contar um outro lado da história dos Estado Unidos. O lado escondido dessa história.

A história estadounindense como ela é contado sempre atendeu a um paradigma clássico: "A história é contado pelo vencedor". Nessa min-serie Stone busca desnudar fatos não contados, ou mesmo mal contados sobre a forma com que os EUA se tornaram o império, que ainda hoje, ele é. A serie vai preencher um período histórico que vai do fim da segunda guerra mundial até o primeiro governo Obama. Dessa forma partindo de uma abordagem pela esquerda Stone vai contar  o inicio, o apogeu e o principio do fim do império americano.