10 de nov. de 2011

O Debate da Segurança nas Universidades e a Democracia


Ainda continuando nos temas que foram “despertos” devido à ocupação da reitoria da USP e à reintegração de posse efetuada pela PM, só direi algumas palavras sobre o porquê não deve por polícia para realizar a segurança de universidades públicas.

Não se deve entregar à PM a responsabilidade de fazer a segurança internar dos campi universitários pelo mesmo motivo que não se deve entregar ao exercito a responsabilidade pela segurança pública.

O exercício é treinado para enfrentar o inimigo externo sem medir esforços em seu uso da violência para neutralizar a ameaça, ao inimigo externo não é conferida a condição de ser humano detentor de direitos e, portanto a morte ou aniquilação do mesmo não representa uma quebra do direito máximo que nos damos de defender a vida humana.

No Brasil a polícia militar é treinada para fazer uso do monopólio da violência conferido ao estudo como método de instaurar a ordem através da repressão. Não está entre o modus operandi da PM o dialogo com aqueles que violem a ordem estatal. Essa perspectiva aliada à natureza antidemocrática das instituições políticas das universidades brasileiras e em alguns casos do próprio movimento estudantil constitui um ambiente de barril de pólvora onde essas duas instâncias se encontram.

Se o debate acerca da segurança nos campi das universidades brasileiras continuar a ser justificado pela máxima de que os fins justificam os meios então é melhor desistirmos da democracia e voltarmos à ditadura.

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