9 de nov. de 2011

A Questão da USP


A Questão da USP a meu ver é fruto em muitas vezes de três caminhos que a muito foram seguidas pelas universidades públicas brasileiras.


O Caminho do isolamento em relação à sociedade, universidade que muitas vezes tem seu espaço físico a alojado em meio às parcelas mais pobres e marginalizadas da sociedade ao qual pertence uma legião de jovens ainda sem perspectivas de futuro a não ser olhar os “privilegiados” seguirem e ganharem suas vidas em quanto às deles se findam na violência “naturalizada" das periferias brasileiras.


O Caminho da decisão de não mais formar seres humanos para a sociedade, mas de programar maquinas para o mercado, quando falo seres humanos não estou aqui levantando uma bandeira política, longe de mim achar que sou o dono da verdade, mas no momento em que a universidade desistiu de voltar seu ensino para a sociedade para mirar as “demandas” do mercado de trabalho, alguma coisa deve estar errada.

O Caminho do autoritarismo, uma herança nefasta que a ditadura militar deixou para nossas universidades foi o do fim do dialogo, o fim da conversa, e a ascensão dos cacetes, revolveres e fuzis como argumentos de negociação. Não que a USP não deva ter um plano de segurança, pois uma universidade de seu porte e importância dentro da história brasileira deve-se manter como um espaço seguro e aberto à pluralidade mas instituir de forma unilateral sem ao menos esgotar todas as possibilidades de construção de um programa que viesse a gerir a segurança do campus juntamente com a comunidade acadêmica é um desrespeito à própria USP. Quando trago a necessidade de debate com a comunidade acadêmica nãos e pode excluir também a sociedade que convive no mesmo espaço geográfico da USP, pensar que a USP pode ser transformada numa fortaleza de segurança cercada por muros altos e fossos enquanto o seu redor a sociedade está entregue à própria sorte é querer tapar com uma peneira furada.

Por fim não se pode falar de uma universidade sem falar daqueles que em maior grau são a razão da mesma existir, os estudantes. Aqueles que conhecem o movimento estudantil brasileiro sabem que qualquer generalização não só é burra como é fruto do senso comum dos que muito falam e nada dizem.

Não se pode transferir o erro de abordagem, ou erro estratégico, de uns grupos para toda a classe estudantil. A meu ver a ocupação da reitoria por um poucos grupos entre as dezenas de matizes políticas e ideológicas que formam o movimento estudantil fatalmente caiu num resultado final que era o mais vantajoso para aqueles os quais os grupos questionavam, o de legitimar ante a opinião pública, e aqui incluo uma parcela dos estudantes, a ideia de que é com repressão que o “alienado” e “cooptado” movimento estudantil deve ser tratado. Parece-me que de nada serviu de útil, como caso a ser estudo para a realização de uma autocritica de como o ME é exercício no Brasil, a experiência dos estudantes chilenos de que o primeiro aliado que os estudantes devem buscar é a sociedade civil. Enquanto insistirmos no erro de apressadamente no utilizarmos de nossos últimos recursos, antes que se tenha esgotado esforços para conquistar a sociedade para nossa pauta, e aqui falo como estudante e como militante político, continuaremos a cometer o erro estratégico de cair nas armadilhas daqueles os quais nos opusemos.

E aos que discordam de minhas palavras, vamos debater, vamos discutir, vamos confrontar ideias e opiniões, vamos fazer política.

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